28 setembro 2015

Carta de esclarecimento a mim mesmo

Querido eu,

Geralmente me sinto tão incomodado com meus sentimentos que fico perdido com tantos pensamentos, do qual, por muitas vezes, são tão maliciosos quanto às verdades escondidas nas dentro da minha caixinha de “verdades que não quero compartilhar com ninguém”.

Acontece que no meu cotidiano, as pessoas são tão invisíveis para mim assim como sou invisível para elas. Digo isso porque, boa parte da minha existência, eu passei-a sozinho. Claro, não de forma literal, mas sozinho no sentido de “querer compartilhar momentos”.

Nunca fui uma pessoa extrovertida. Isso me incomoda bastante. Tenho dificuldade em me socializar com as pessoas. Juro que já tentei mudar isso, mas simplesmente paraliso em ambientes onde tenho que conhecer gente nova. Mas aqui entra algo maior: não tenho medo somente de socializar-me com pessoas desconhecidas, mas sim, do NOVO. O NOVO pode ser aterrorizante para uns, ou muito, mas o foco aqui não é este.

O que quero dizer é que devido a esta insuportável capacidade de conhecer gente nova, pode acontecer de florescer sentimentos, do qual não me orgulho, quando começo a me simpatizar com um grupo de pessoas.

Quero que você estenda um pouco meu lado antes de julgar-me. Quando começo a participar de um grupo, quero fazer parte dele 100%. Alguns podem pensar que estou sendo egoísta por isso. Talvez esteja. O problema é que quase nunca dá para estar totalmente na vida das pessoas, e confesso que sinto inveja daqueles que conseguem.

Deixe-me fazer entender, quero estar presente na vida das pessoas, mas sinto que às vezes não faço parte de nem 1%. Alguns outros podem dizer que isso seja carência. Talvez seja. Mas há várias coisas por detrás disso que não há nada que eu possa fazer.

Costumo dizer que vivo bem com a solidão, mas isso é mentira! É bem mais fácil escrever isso do que confessar em voz alta. Na verdade a solidão é boa para ter meu espaço, conversar comigo mesmo, ter meu próprio tempo. Mas acontece que ninguém quer estar sozinho o tempo todo.

Escrevi isso porque existem pessoas para qual gostaria de dizê-las estas palavras, mas que nunca às ouvirão. É tão ruim choramingar por amizade, por aceitação, que chega a ser hipocrisia. Mas sinto que o problema sou eu. Que sou uma pessoa insuportável de se conviver. Uma pessoa insignificante. Reconheço que não posso estar na vida das pessoas da forma que gostaria. Seria pedir demais. Só queria deixar de ser invisível e começar a ser notado pelas pessoas que gostaria de ter ao meu lado.

Com amor,
Você.

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