18 junho 2012

MANUAL de Bolso do Novo Escritor - Quero Escrever um Livro, O Que Faço? #PARTE 2

Galera, aqui está a segunda parte dos post da Lu Piras, lembrando que ela esta abortando o assunto: Quero escrever um livro, o que faço? Neste segundo post ela nos mostra o que proceder depois que o livro já esta escrito. Gostei bastante, pois não sabia como acontecia para o livro ser publicado, vale a pena ser lido. Deixo vocês com a Lu agora. (Lembrando que Equinócio já foi lançado, se quiser conferir o trabalho da Lu Piras, clique aqui).


2ª PARTE: PUBLICAÇÃO

1) AVERBAÇÃO NA BIBLIOTECA NACIONAL: Você chegou ao final do livro. Escreveu tudinho e agora está olhando para o seu manuscrito com cara de dever cumprido, mas não sabe o que vai fazer com ele. Primeira coisa a fazer: registrar os direitos autorais na Biblioteca Nacional (ver endereço abaixo deste post).
Você precisará imprimir o manuscrito, numerá-lo e rubricá-lo, preencher a ficha disponível no
site da BN ((formulário para o registro de averbação: http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/formularioRequerimentoRegistro.pdf) e fazer o pagamento das custas para então levá-lo pessoalmente ou enviá-lo por correio para o gabinete de direitos autorais. Então, de posse do comprovativo de entrega, esperará cerca de 2 meses (às vezes menos, às vezes mais) pela certidão.









2) DIVULGAÇÃO: O livro já foi registrado e você saiu dando pulinhos pela casa quando a certidão chegou (ok, no meu caso). Agora respire fundo e tome coragem para expor a sua obra ao mundo. Neste momento você precisa se desapegar do seu “filho”.  Tenha em mente que todo o carinho que você teve com ele ao planejá-lo precisa alcançar um objetivo: a publicação. E, para isso, não deve haver receios. Se você chegou até aqui é por que acredita no seu potencial, é por que acredita na sua história. Se você já tem um blog/site, ótimo. Se não tem, crie um. Se já está nas redes sociais, ótimo. Se ainda não está, crie suas contas. Pelo menos no Facebook e no Twitter. Você precisa se fazer encontrar. As pessoas têm que saber quem você é e as editoras avaliam isso também.















3) ENVIO DE ORIGINAIS: Chegou o momento de investir. Sim, se você pensa que já investiu todo o seu tempo, está enganado. Agora é que você vai se dar conta da importância da divulgação e do quanto ela nos consome. Pesquise na internet as editoras que publicam o seu gênero de livro, faça uma lista de pelo menos dez e envie o seu original para elas. Algumas pedem o original por e-mail mesmo (não esqueça de obedecer às regras de cada editora quanto à formatação dos originais – corpo de texto, espaçamento, margens), outras pedem por correio e a maioria não devolve depois de avaliar. Os prazos para avaliação variam muito, de 1 mês a 1 ano, dependendo do volume de originais que a editora tem para avaliar. A resposta, às vezes, não vem. Por isso, anote os prazos e, ao fim deles, cobre a editora com um e-mail ou telefonema. Mas não insista. Nenhum editor gosta de ser pressionado ou importunado. Tenha em mente que as editoras recebem milhares de originais como o seu. Uma ideia que peguei emprestada da escritora Thalita Rebouças e acho legal dizer aqui: se você quiser que o seu original se destaque na pilha, pode enviar num envelope colorido, numa caixinha diferente, com um laço de fita, qualquer diferencial. Isso personaliza e pode chamar atenção. Não garante que será aprovado (nem sequer garante que será lido), mas não passará despercebido.














4) A RESPOSTA: A resposta. É em tudo o que você pensa. Você já não come direito, já não dorme direito, só fala sobre isso, só pensa nisso. Nem teus pais te aguentam mais. (ok, novamente, o meu caso).

O fato é, depois de enviados os originais, não sente e espere as respostas. Continue a divulgar o seu livro, nem que seja com uma capa provisória, feita por você mesmo no photoshop. E não desista. Não deixe que duvidem das suas capacidades e do seu talento. Persista. Acredite. E seja paciente também. A ansiedade atrapalha muito. Você quer um final feliz para essa sua história. Você quer chegar ao final da jornada com seu livro publicado por uma boa editora. Então, você precisa se entregar. Essa entrega implica, também, respeitar o momento certo. Ele vai chegar. Pode não ser na sua primeira tentativa de publicação. Pode ser que demore mais do que pensava ou pode ser que aconteça mais rápido do que você pensava.

Então, eis que chega a tão esperada cartinha com a resposta da editora. Se for positiva, comemore muito, você tem todo o merecimento e direito. Colabore com a editora, não deixe tudo nas mãos deles, acompanhe o seu projeto bem de pertinho, dê pitaco em tudo o que puder e seja muito, mas muito exigente com a revisão. Se for negativa, não se abata, não deixe o mundo cair sobre a sua cabeça e não se sinta a pessoa mais infeliz do planeta. O que tiver que ser, será. Continue a correr atrás se este for “o livro”, revise-o se achar que pode mudar algo para torná-lo mais atrativo, escreva outro se você ainda tiver dúvidas. Enfim, faça algo! Pode ser que pinte a ideia de uma publicação independente ou através de uma editora por demanda. Se pintar, analise com cuidado desde o trabalho final que a editora apresenta (o produto livro) até a capacidade de logística que ela possui para a distribuição do seu livro. Procure se informar sobre a editora, fale com quem já publicou com ela, avalie o custo total do investimento e, se estiver dentro das suas possibilidades e for uma editora confiável, vá em frente. Publicar por demanda também pode alavancar você. O importante é não desistir dos sonhos.

Espero que esta exposição tenha ajudado você, escritor ou aspirante à carreira de escritor, a organizar suas ideias. Se. por acaso, você ficou com alguma dúvida, fique à vontade para comentar no post, expor sua opinião ou fazer a sua pergunta. Terei muito prazer em respondê-las e trocar ideias com você.
Por fim, quero compartilhar com vocês um sábia citação do saudoso escritor português, José Saramago, que disse:  “Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não.”.

E então, você realmente escreve?

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Lu Piras nasceu em 1980, no Rio de Janeiro e é advogada. Desde pequena tinha adoração por livros. Adorava a feirinha de livros que havia todo o ano no colégio onde estudou em Botafogo. Ficava na fila para conseguir autógrafos de livros que ainda hoje guarda com carinho. Literatura fantástica é a sua preferida. Especialmente aquelas destinadas ao público chick lit, romances cor de rosa! Essa paixão a levou a escrever seu primeiro romance aos 15 anos. Chama-se "A Rosa".
Em 2009 decidiu recomeçar. Começou a escrever a série Equinócio neste mesmo ano e o fez com tanto prazer, que em sete meses os quatro livros estavam terminados.
Texto de 





3 comentários:

  1. Mais uma vez, obrigada, Axwell, pelo convite para participar dessa coluna. Uma ótima ideia reunir escritores que passem dicas interessantes aos leitores que almejam a carreira. Qualquer questão, estou à disposição.
    Contem sempre comigo.

    Beijocas,

    Lu
    @LuPiras80
    www.equinocioaserie.com

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  2. muito boas as dicas da Lu :) é legal pra quem está pensando em começar nessa carreira ter alguém que tire dúvidas, ter uma base pra não começar no escuro, como eu e outros autores começamos. É um caminho árduo e longo, mas gratificante :)

    Beijocas!

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